07/12/10

Dilacerada...


Senti uma dor insuportável...
Como se um pouco de mim e do meu sonho tivesse morrido.
Fiz um sorriso forçado, tranquei o maxilar e mantive a postura.
Mas assim que tomei consciência, não consegui esconder a dor que me assolou.
Chorei, chorei, chorei...
Senti que me arrancaram algo que jamais poderá ser substituído.
Sinto-me dilacerada, completamente esgotada fisicamente e psicologicamente.
Só quero esquecer, apesar de sentir que não consigo.
Quero que me deixem a um canto sossegada, não quero ouvir mais ninguém...

03/10/10

Ainda não estava preparada para te deixar ir...


Quando nasci já tinhas 43 anos e uma casa cheia de crianças.

Contaste-me muitas vezes que naquela altura não era próprio estar grávida com a tua idade, chegaste mesmo a deixar de falar com algumas pessoas por te dizerem que não deverias avançar com a gravidez.

No entanto a tua força de vontade, determinação e amor prevaleceram sobre tudo e todos. Sei que apesar de ter sido um acidente de percurso, acabei por ser muito desejada por ti e pelo pai.

Ainda hoje os meus irmãos me dizem que eu sou a preferida e a protegida, talvez por ser a mais nova. Não sei se será verdade, no entanto sinto-me sempre muito amada.

Quando nasci o pai comprou-me o berço mais bonito, branco e cor-de-rosa, que provocou muitos ciúmes lá por casa.

Apesar de ter nascido fora dos vossos planos, nunca te vi como minha avó mas como uma grande mãe e amiga. Acompanhaste-me e estiveste sempre presente nos momentos bons, nos maus e sobretudo nas minhas loucuras.

Recordo-me que era incapaz de ir para a cama se não te contasse todos os meus segredos. Cheguei muitas vezes a chamar-te durante a noite só para te contar algo que ainda não tinha partilhado, só assim era capaz de dormir descansada.

Foi por todos estes motivos, que quando te vi deitada numa cama de hospital que soube que não estava preparada para te deixar partir. Desde pequena, que quando ia para a cama chorava porque tinha medo que morresses. Por isso, durante muitos anos adoptei uma estratégia, convenci-me que serias imortal e que estaríamos juntas sempre.

Não achei justo pensares em abandonar-me, porque não tive a mesma oportunidade que os meus irmãos para conviver contigo. Por isso rezei muito ou melhor rezámos muito contigo, chegamos a passar horas todos de mãos dadas contigo a pedir para ficares connosco.

Hoje disseste-me que a morte chamou muitas vezes por ti mas que te recusaste a ir, porque ainda tinhas muito para alcançar.

Quero que saibas que te amo muito e que apesar de muitas vezes nos incompatibilizarmos, o meu amor será sempre incondicional e único.

Nunca desistas de nós, porque nunca desistiremos de ti...

25/08/10

Não era eu...


Acordei sem saber o que vestir...
Feia, desconfortável, um patinho feio.
O espelho mostrava a minha alma triste e escura, melancolia sem fim,
Horrível imagem a que eu via reflectida,
Aquela não era EU.
Hoje nada me assentava bem.
Hoje a roupa era feia, triste e velha,
Como a alma de alguém que sofre e chora baixinho.

Despi e vesti, vesti e despi.
Tornei a vestir e a despir.
Vesti calças, vestidos e saias, camisolas e camisas…
Tudo horrível a roupa e eu.
Um desespero.
Parece que a roupa não foi comprada por mim,
Aquela não era a minha roupa ou será que aquela não era eu?

O tempo passava sem se importar com fúteis angústias.
Estiquei o braço e sem olhar para dentro do guarda-fato
agarrei um par de calças e uma camisola,
Vesti-me numa velocidade alucinante para não dar
tempo a arrependimentos.
Fintei-me a mim mesma, despistei a minha atenção que
não teve oportunidade de pôr defeitos e saí!

Afinal o problema não era a roupa, mas simplesmente eu...

Insatisfeita...

Como uma verdadeira insatisfeita que sou, começo a sentir-me novamente impaciente.
Sento-me, levanto-me, olho freneticamente para o relógio, o tempo parece não passar naquele corredor imenso de comodismo que se torna cada vez mais medonho em cada minuto de espera.
Sinto a inquietude de uma criança.
Nada me satisfaz, preciso de mais e mais...
Preciso de novos desafios, estou cansada de fazer o que faço, de ser quem sou, de ir por onde vou.
Nasci com uma alma impaciente, necessito de adrenalina constante no meu pensamento.
Tenho ânsia de viver, estou desesperada por uma mudança.

24/08/10

Recomeçar...


Adoro a palavra Recomeço.
Gosto da ideia de nos serem dadas segundas, terceiras, infinitas oportunidades.
Porque efectivamente acredito que as temos.
E merecemos!

19/05/10

Reencarnação, sim ou não?


Sim, eu acredito na reencarnação.
Não tinha lógica se andássemos aqui só por andar. Nascíamos, crescíamos, envelhecíamos e, depois, morríamos. E pronto, ficávamos por aqui.
Não soa um bocadinho estranho?
A mim, sinceramente, soa. Se nós andamos aqui, algum objectivo temos que ter, seja ele qual for.
E se, por alguma razão, não o conseguimos cumprir nesta vida, devemos tentar cumpri-la na próxima, até atingirmos a perfeição e passarmos para outra esfera.
Afinal, a verdade é que todos nós já tivemos os nossos déjà vus...

13/05/10


"Mulheres bem comportadas, raramente fazem historia"...

12/05/10

Provavelmente terás perguntas!


Quererás respostas…

Por agora dir-te-ei apenas,

Prometo!

Prometo não sair bruscamente.
Prometo ir arrumando os vestígios de mim.

Prometo não bater com a porta.
Prometo fechá-la cuidadosamente, sem ruído
Sem estremecer de paredes ou estilhaçar de vidros.

Promete-me!

Promete-me que me deixas ir
Sem perguntas nem porquês
Que permanecerás atrás desta porta
Ouvindo os meus passos a desvanecer
Até nenhum som de mim restar

No caminho que sigo
Levo-te comigo em todos os meus sentires
Guardo em mim, todos os momentos de nós

Nas mãos,
O frio do aço
Da chave que deixo sob o tapete…
No peito
O quente desejo de nos guardar para sempre…

04/05/10

27/04/10

Regresso...

Não quero sentir-me inútil, fora de ti, não quero que pareça que já não me preocupo contigo.
Espero apenas que compreendas que a falta de tempo é muita, mas que, para ti, há sempre lugar na complicada correria do meu dia-a-dia.

Sim, é isso… tenho saudades!

Por isso voltei...